segundo mandato

Ao se reeleger, Pozzobom mantém tradição das últimas duas décadas em Santa Maria

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Foto: Pedro Piegas (Diário)

Jorge Pozzobom (PSDB) alcançou a tão sonhada reeleição após viver, mais uma vez, o drama do segundo turno. Em 2016, a eleição também não foi decidida em apenas uma etapa. Na ocasião, o tucano venceu Valdeci Oliveira (PT) por uma diferença apertada de 226 votos. As semelhanças entre os pleitos param por aí. Neste domingo, o tucano conquistou mais de 18 mil votos de diferença de seu opositor, Sergio Cechin (Progressistas) e superou um isolamento político na reta final da campanha para galgar, praticamente sozinho - ele teve apenas o apoio do "voto crítico" do PCdoB no segundo turno - os votos necessários para ter a maioria válida e garantir mais quatro anos no comando do Executivo. Os demais candidatos a prefeito e a vice que estiveram no pleito no primeiro turno optaram por apoiar Sergio Cechin, com exceção de Luciano Guerra (PT), que manteve a neutralidade. O movimento, no entanto, não foi o bastante para evitar a revanche de Pozzobom. "Revanche" porque, no primeiro turno, o tucano ficou atrás do adversário por 2.138 votos, surpreendendo aqueles que conferiam a Pozzobom um certo favoritismo. 

Com a reeleição do psdebista, a cidade mantém a tradição das últimas duas décadas de dar um segundo mandato consecutivo aos prefeitos, assim como fez com Valdeci, em 2000 e 2004, e Cesar Schirmer (MDB), em 2008 e 2012. O discurso de defesa dos últimos quatro anos à frente da prefeitura foi mais forte. Desde o início da propaganda eleitoral, em setembro, o prefeito reeleito fez questão de lembrar cada passo positivo dado no primeiro mandato. Entre eles, alguns ficaram marcados na mente do eleitor de tanto que foram falados, como as obras de recuperação asfáltica, construção de creches, contratação de professores, instalação da Central Telefônica do Samu na cidade, abertura, pelo menos em parte, do Hospital Regional e as medidas para controlar o avanço do coronavírus no município. 

UM TESTE PARA A VIDA
Aliás, nos bastidores, Pozzobom diz que a pandemia lhe fez um "novo Jorge". A partir de março, o prefeito teve de tomar decisões rápidas e assinar decretos com regras para conduzir a cidade em meio à crise de saúde. A restrição do horário de funcionamento do comércio e o fechamento de atividades não essenciais durante cerca de um mês o colocou no centro de contestações, de um lado, e apoios, de outro, entre o fim de março e o início de abril. 

Além disso, ele precisou abrir mão do leque de contatos obtidos ao longo das duas décadas de vida pública para articular, junto ao governo do Estado e Ministério da Saúde, a habilitação de leitos de UTI especiais para o tratamento da Covid em Santa Maria. Em meio a esse trabalho, precisou lidar com outra crise, a política, gerada pela ruptura com o vice Cechin, que resolveu se lançar como concorrente à prefeitura por uma chapa diferente. Como se não bastasse, o governante foi um dos infectados pelo vírus, o qual lhe obrigou a permanecer em isolamento social durante alguns dias em setembro.  

Aos 50 anos, o "gestor" Pozzobom foi testado como nunca antes e, nas urnas, foi presenteado com mais quatro anos para estar à frente do Coração do Rio Grande em um desafio que não acabou: cuidar da saúde das pessoas e, de forma paralela, da geração de emprego e renda nas empresas da cidade. 

TRAJETÓRIA
São 20 anos de Pozzobom como personalidade política. Em 2000, ano em que se formou em Direito pelo Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), ele concorreu pela primeira vez a vereador e fez 1,3 mil votos e virou suplente, assumindo o cargo nos últimos dois anos do mandato. Depois, vieram as outras vitórias nas urnas, que começaram a forjá-lo como um expoente do PSDB no Rio Grande do Sul. 

Em 2004, Pozzobom foi eleito para a Câmara de Vereadores. Dois anos mais tarde tentou, pela primeira vez, alçar voos maiores e ultrapassar os limites interioranos, mas, na eleição para deputado federal, em 2006, ficou como suplente. Em 2008, o político passou a ocupar o cargo de secretário adjunto da Secretaria Geral do governo de Yeda Cruzius e, em 2009, virou secretário municipal de Assistência Social e de Integração e Relações Institucionais de Cesar Schirmer. 

No fim da década, em 2010, ele venceu a primeira eleição como deputado estadual, posição para a qual foi reeleito em 2014. Nesse meio tempo, em 2012, Pozzobom chegou a tentar a prefeitura, mas ficou em terceiro lugar. 

A vitória adiada naquela ocasião veio quatro anos depois, em 2016, na disputa acirrada contra o PT. Foram 73 mil votos que avalizaram o primeiro do que, agora, serão dois mandatos de Jorge Cladistone Pozzobom como chefe do Executivo.

Filho de Maria Thereza Pozzobom, 81 anos, e Albino Pozzobom, 85, ele é casado com a servidora pública federal Janice Bogado, 42, e é pai de Victória, 14, e Rafaela, 23. 

LINHA DO TEMPO

  • 1970 _ Nasceu em 30 de maio, em Santa Maria
  • 2000 _ Formou-se em Direito na UFSM (foto ao lado). No ano, concorreu pela primeira vez a vereador. Recebeu 1.393 votos e virou suplente, assumindo o cargo nos dois últimos anos do mandato

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  • 2004 _ É eleito para a Câmara de Vereadores com 5,1 mil votos 
  • 2006 _ Ficou como suplente na eleição para deputado federal, com 35,8 mil votos
  • 2008 _ Foi secretário adjunto da Secretaria Geral do governo Yeda Cruzius
  • 2009 _ Ocupou o cargo de secretário municipal de Assistência Social e Integração e Relações Institucionais
  • 2010 _ Foi eleito como deputado estadual pela primeira vez, com 33,4 mil votos
  • 2012 _ Concorreu à prefeitura pela primeira vez e obteve 26,2 mil votos, ficando em terceiro lugar
  • 2014 _ Foi reeleito como deputado estadual, com 48,2 mil votos
  • 2016 _ Foi eleito prefeito de Santa Maria com 73.003 votos (abaixo)

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